Novamente a libertadores mostra seu lado mais cruel. Rasgando sonhos como se fossem folhas de papel molhado, transformando a ilusões em chicotes que deixar as mais sangrentas e pulsantes feridas na alma. O que se aprende a cada libertadores é o mesmo braço que acalenta e dá a fora, é o que enforca até a última partícula de oxigênio se exaurir do corpo. A mão que acaricia é a mesma que apedreja. A libertadores dá e tira de acordo com seus caprichos. As emoções mais intensas são apenas joguetes para os Deuses sulamericanos, a lógica nunca prevalece.
Mas também não devemos culpar somente as desventuras da libertadores. O Colo Colo colheu o que plantou, dispensar um homem com as qualidades metafísicas, cosmológicas e esotéricas de Rodrigo Meléndez é dar um tiro no pé. Com a malandragem indígena de cinco milênios, a história poderia ser diferente. A libertadores condecora seus ídolos com toda a gloria e honraria, já pôs Cabañas, Cevallos e Schiavi sacrossantos em seus santuários revestidos com a prata pura de potosí e o reluzente ouro de Cusco. A marcação abutre poderia evitar o desastre.
Entretanto, nem tudo é dor no reino latinoamericano. A libertadores escreve por linhas tortas, o time do Cerro é porradeiro, já demonstrou isso inúmeras vezes. Capitaneados por Nani, Barreto e Villarreal podem dar alegria aos latinos. O gol de Oberman contra o Fluminense é prova de que a libertadores não se cansa de aprontar. O rebote improvável, o desvio oportuno e a bola subindo e descendo como uma estrela cadente por cima do goleiro brasileiro.
Às vezes ela machuca, outras ela alegra. Talvez seja por isso que todos nós a amamos.
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