terça-feira, 22 de março de 2011

Tchubirabiron

Guimarães Rosa foi um dos mais importante escritores brasileiros de todos os tempos. A maioria dos seus contos e romances usavam o sertão como ambiente para o desenrolar das histórias. Outra marca de Guimarães Rosa é criação de diversos vocábulos, fazendo-se valer de seu notável conhecimento sintático e da simples e pura imaginação. Alguns exemplos disso são o termo "nonada", palavra de abertura do romance Grande Sertão: Veredas. Significa "coisa sem importância", e, segundo a autora do livro "O léxico de Guimarães Rosa", resulta da fusão de "non", do português arcaico, com "nada"; "suspirância" que designa suspiros repetidos e as mais criativas "enxadachim", termo empregado para designar um trabalhador do campo, que luta para sobrevive, palavra é formada por enxada e espadachim e embriagatinhar, neologismo de conotação humorística que serve para indicar qualquer um que esteja engatinhando de tão bêbado. Origina-se da fusão de embriagado e gatinhar.
Porém nem em seus momentos de maior inovação e parnasianismo, o autor de "Grande Sertão: Veredas" seria capaz de cunhar o termo: "Tchubirabiron".
Não, não se trata de algum discípulo moderno do escritor mineiro que em 1967 foi obrigado a parar de escrever por impossibilidade física (morreu de infarto). Na verdade, o autor desse vocábulo esdrúxulo permanece misterioso e provavelmente ainda não é membro da Academia Brasileira de Letras. Ele deve ser membro de alguma academia baiana, evidentemente que as que contém halteres na estante em vez de livros. Mas nos concentremos no intérprete que propaga essas palavras com uma emoção teatral, que levam aos mais desavisados a crerem estar diante de uma reinterpretação de uma tragédia de Sófocles tamanha a emoção contida na voz de Léo Santana ao regurgitar tchubirabiron.
Vamos nos concentrar nessa figura escrota que canta essa ode a estupidez humana. Vendo-se incapaz de fazer qualquer coisa de útil na sociedade, resta apenas uma opção para este cidadão: Malhar e rebolar. É a forma mais rústica e primitiva de ascensão social, no entanto, em pleno século XXI, mais de 200 anos após a revolução francesa, ainda é plenamente eficaz.
Vivemos em um mundo onde cantar Tchubirabiron rebolando com uma camisa regata e boné fosforescente dá fama e dinheiro. Pensem nisso.
Sobre o resto da canção, não cabe muitos comentários. É de uma simploriedade infantil, com uma estrofe que rima carnaval com legal e fazer com mexer. O resto é uma incessante e hipnótica repetição do famigerado verbete que ninguém sabe o que significa, tampouco de onde saiu, mas todos olham pra frente, seguram a cabeça e repetem.


Sendo bem sincero, eu fico até sem palavras para tentar elaborar mais algum pensamento sobre isso. Essa agressão ao cérebro é tão desprezível, patética, desprovida de sentido, inútil e podre que é difícil até pensar sobre isso. Só me resta pedir licença a Guimarães Rosa e criar um vocábulo para definir Léo Santana e sua obra: maxpotenretardo. O retardo em sua máxima potência.






*Esse post é dedicado a todos os retardados que pulam escutando isso atrás de trio elétrico, fazem coro a parvoíce do cantor, compram o cd, assistem na televisão e pedem na rádio. São vocês que alimentam essa merda. Se um cidadão que ousasse cantar isso fosse relegado da sociedade e tratado como um animal incapaz, o que deveria acontecer em um mundo correto e justo, isso não existiria.

2 comentários:

Unknown disse...

minha amiga é fan seu conhessa ela ne feira de santana na escola maria antonia da costa asss.. laiss bjssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

82507668 disse...

com ele é gostoso ajeti e fã deli ele mora nu meu s2 ???

Postar um comentário