domingo, 7 de fevereiro de 2010

O estado sem saco

Eu ando sem saco. Estar sem saco é um estágio intermediário entre melancolia e desalento. Não chega a ser melancolia porque existem momentos de alegria sincera. Não é desalento porque algumas atividades simples empolgam.
O momento sem saco é simplesmente a falta de ânimo em atividades ordinárias. Ver a vida com um olhar enfastiado, tedioso. É não ter brios pra rebater imbecilidades, somente a vontade de virar pro lado e olhar os contrastes do céu. A voz não sai do tom monótono, falta disposição até para levantar a voz. Quando se está sem saco, os laços sociais tornam-se alfinetes. Parece que a cada relação social que não seja deliberadamente buscada espeta, incomoda e irrita.
Estar sem saco é bastar-se a si mesmo. É resguardar a vivacidade para o momento que interessar. É ficar estatelado na cama e deixar o verão pra mais tarde.
Que a vida siga na fora em sua habitual correria sem propósito ou questionamentos. Que os outros sigam seus caminhos tortuosos enquanto não se importam com nada. Enquanto isso eu me guardo um pouco pra mim.

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