sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Análise conceitual: Filho da puta



Grosserias e insultos eram outrora "privilégios" de ambientes imorais e alvo de olhares tortos e desprezo pela sociedade. Todavia, através das décadas, a descriminalização dessas palavrais de baixo calão torna-se evidente. Nas escolas, na internet, nas esquinas, nas câmaras legislativas... em todos os lugares o palavrão e o xingamento estão presentes. Graças a essa banalização, nem uma criança de cinco anos se choca ao ser chamada de filha da puta, por exemplo. Mas ao se analisar friamente toda a carga simbólica imbutida na expressão filho da puta, pode-se concluir que é muita filha da putice chamar alguém de filho da puta.
A análise começa no ponto básico e primordial: Quando se é um filho da puta, a sua mãe é uma puta. O senso comum entende e digere a informação até esse ponto. Iremos mais além. Sendo sua mãe, o ser que te pôs no mundo, as entranhas aonde você foi criado e se desenvolveu, a mulher que lhe deu alimento e abrigou-lhe dentro de si por nove meses uma puta, isso significa que você saiu de alguém que se vende por dinheiro. Alguém sem critério, moral, honra ou méritos. Alguém que por um certo valor se presta ao papel de escrava sexual de qualquer um, satisfazendo dezenas de homens em troca de determinada quantia. Isso significa que você não tem pai. Porque putas não tem relacionamento estável. Se tem, pior ainda. Logo, não tendo pai, o filho da puta não passa de um resultado de um ato libidinoso. Ele provém de uma negociata entre um caminhoneiro bêbado e sendento e uma mulher desesperada sem perspectivas. Não, não é filho de puta de luxo. As prostitutas de luxo ganham bem o suficiente para comprar pílulas.
Pior do que ser fruto de uma mera devassidão carnal, é imaginar que sua mãe não parou de trabalhar durante ao menos os primeiros meses de gravidez. E como tudo que ela ingere acaba indo pelo cordão umbilicar diretamente para o indefeso feto, só resta ao filho da puta rezar para ela cuspir.
Enfim, ser um filho da puta é muito mais aviltante e ultrajante do que normalmente se imagina. Da próxima vez que lhe chamarem de filho da puta, sinta-se extremamente desonrado e ofendido e mate o sujeito que o blasfemou.

2 comentários:

Unknown disse...

Interpretação muitoo clara pro filho da puta. Pode deixar que eu mato o proximo que falar isso comigo!! Muiitoo bom!

Robson Santos disse...

Uma vez um amigo muito próximo me chamou de filho da puta e, ao ver que eu tinha ficado meio de canto, me disse que aquilo era comum entre amigos próximos, um xingamento amistoso. A amizade começou a declinar desde então, até acabar. Filho da puta não :)

Postar um comentário