sábado, 9 de janeiro de 2010

As dores do mundo

I. Prefácio

O objetivo desde pequeno ensaio é elucidar questões que levam a uma visão pessimista da sociedade em todos os seus âmbitos. O conceito de "mundo" trabalhado aqui não é abrangente ao mundo natural, ou seja, refere-se somente ao mundo social. Mundo Social comporta todas as relações humanas e as instituições materais ou não por elas criadas. Vale ressaltar que o indivíduo em si é fruto dessas relações humanas, portanto, o termo relação não tem o mesmo significado de interação, por exemplo.
Os tópicos que aqui serão desenvolvidos visam diagnosticar as doenças que afligem a sociedade, acentuando um processo de desgate moral que deve ser visto como uma degeneração. Um apodrecimento total sem precedentes.
Parte-se do pressuposto de que a humanidade vive um declínio vertiginoso em seus valores morais e intelectuais. Consequentemente, em toda a sua qualidade de vida.

II. A vida

Desde de quando o homem começou a organizar pensamentos e questionar tudo ao seu redor, seja lá quando isso tenha começado a acontecer, ele se pergunta o sentido da vida. Parece que os homens do século XXI já descobriram. Agem como se fosse acumular o máximo de riquezas. Essa é a origem e sustentáculo de todas as dores do mundo. O dinheiro, única forma de viabilizar o acúmulo de bens, é uma criação dos homens. É fruto da imaginação humana. O dinheiro não nasceu junto com as árvores e nem se desenvolveu de um organismo primitivo, o dinheiro foi inventado pelos homens. Assim como os homens poderiam fantasiar que carregar uma maior quantidade de areia nas mãos coloca alguém em uma posição hierárquica superior a outro que carrega menos. Ambas as idéias acima descritas são as mais puras idiotices fantasiadas pelos homens. Não fazem parte do mundo e da vida. Então a única conclusão que se pode chegar é a seguinte, a sociedade se baseia e se deixa governar em todas as atitudes por algo que é de sua autoria. A criatura domina o criador. Esta antítese cômica é o alicerce de toda a sociedade.
A sociedade já começa mal desde sua infra-estrutura, piorando a cada sobreposição.
Um dos orgulhos da sociedade contemporânea é a liberdade que cada cidadão possui. A única liberdade que nos é realmente garantida é a de morrer de fome, viver marginalizado ou se matar. Aliás, não temos a plena liberdade de morrer porque a eutanásia é proibida.

A maravilhosa vida de um cidadão comum:



A. Nascimento: Me recuso a me alongar sobre isso. O título é auto-explicativo.
B. Doutrina: Todo o período de estudo, aos quais tem a oportunidade de estudar. Aprende-se a capital da Austrália, fala-se outras línguas e recebe além de toda a informação mastigada inútil para criar uma impressão de cultura, as ferramentas necessárias para se tornar uma boa mão de obra, extremamente especializada.
O fordismo intelectual é marca registrada da sociedade moderna. Os colégios e faculdades formam unidades semi-robóticas que repetem com precisão o que lhes foi imposto durante anos. Rendendo bem para seus superiores e sem a capacidade necessária para questionar qualquer coisa. Isso resulta no próximo estágio.
C. Produção: Após ser devidamente lapidado, trabalha-se durante 30 anos. Se prostitui ao mercado, vende a mão de obra. Já que poucos detém os meios de produção, os outros alugam sua força de trabalho. Ganhando obviamente menos do que produzem e assim segue a vida. Para mais detalhes, Karl Marx.
D. Velhice/Morte: Depois de passar 20 anos estudando e 30 trabalhando, já velho, doído, apodrecendo, completamente acabado e sem vigor algum, o pobre cidadão é chutado para seu "descanso". Já que não serve mais forças para vender, o nobre trabalhado é jogado de lado para gastar o dinheiro que juntou a vida toda em remédios e contas e morrer.

Empolgante, não?

Após dados estes fatos, emerge uma questão. Tomando como verdade que a vida se tornou algo tão miserável e ordinário, o que leva a todos (leia-se: 95% da população mundial no mínimo) a aceitar algo tão asqueroso?
Bom, os mecanismos que mantém esse sistema são frutos dele próprio. É uma reação em cadeia. Quando se começa a dar mais valor ao nosso amigo imaginário, o dinheiro, do que a vidas humanas, os limites se extinguem e tudo se comete para obte-lo. A concorrência já faz um matar os outros. Os que sobressaem, jamais sairão do poder por meios ortodoxos.
Quem tem dinheiro tudo controla. A economia, a mídia, tudo que possa ser dominado o dinheiro domina. Quem controla a mídia, controla o povo.
O povo não tem tempo pra pensar. E nem interessa a eles pensar, a nenhuma das partes. Os que tem uma condição social boa não querem olhar para o lado porque se acomodam. O que não tem absolutamente nada e vivem miseravelmente não tem instrumentos necessários para pensar. Para pensar, é preciso ter tempo e acesso a educação. Eles não tem nenhum dos dois. Os poucos nessas condições que conseguem contra todos os fatores perceber a merda em que se encontra, só se dá conta de quem está atado em amarradas apertadas e nada reverterá esse quadro.
Foi-se o tempo em que o homem mantinha as rédeas de seu destino. O sistema massacra cada um, com mais ou menos força, mas massacra. Alguns são pressionados e outros completamente esmagados.

III. O imperialismo contemporâneo

"Imperialismo é a política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas.
O imperialismo contemporâneo pode ser também denominado como neocolonialismo, por possuir muitas semelhanças com o regime vigorado entre os séculos XV e XIX, o colonialismo."

Vou ser breve porque isso aqui é básico.
Exemplo de expansão e domínio econômico: Guerra do Iraque. Americanos foram lá com o único intuito de pegar petróleo e quem negar isso deve ou estar ganhando dinheiro com o petróleo iraquiano ou estar completamente incapaz de manter um raciocínio coerente e deve ser internado imediatamente. Como esse texto é um treino para futuras dissertações, vou ter a paciência de deixar tudo mastigadinho como manda o figurino.
1. Americanos ignoraram a ONU
2. Eles não invadiram outros países desprovidos de petróleo considerados terroristas
3. Estão com tropas lá até hoje. Pelo amor de Deus, eu estou na faculdade e fiz um trabalho sobre a Guerra do Iraque na quinta série. A Regina Sueli, professora de história, mandou a gente entregar em folha de papel almaço. E eu desenhei um míssel na capa.
Eu poderia listar até o 50 aqui, mas ninguém vai ler e eu não quero me dar esse trabalho.
Exemplo de expansão e domínio cultural: Vai pra África do sul e pergunta pra que time eles torcem. Vão responder Manchester United. Veja na tv as matérias sobre o Hallowen. Pergunte ao seu amigo se ele viu o último episódio de qualquer série idiota dessas. Se isso não é domínio cultural, eu não sei o que é. Me expliquem.

Aí você vem e me diz: "Ah, mas se o capitalismo é tão ruim assim, porque a Noruega, Suécia e Dinamarca são tão boas?!"
Existe uma coisa chamada estado de bem-estar SOCIAL. "é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado (nação) como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com a nação em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população."
Isso é o básico. Deveria ser o ponto de partida para a civilização.
Aí você, filho da puta, que vai fazer viagem pra Disney e acha maneiro limpar privada de americano pra ganhar em dólar, acha que nos EUA unicórnios voam pelo arco-íris em cada jardim e daria tudo pra viver lá, dá de frente com esses fatos simples.
Os americanos, superiores e exemplos que são, não garantem porra nenhuma a sua miserável população. Se você nascesse lá, seus pais iam juntar dinheiro desde da maternidade para pagar sua faculdade. Isso se eles não hipotecassem a sua casa. Você teria sua camisa da Ralph Loren e seu iPod touch e viveria feliz. Até sua mãe ter alguma doença e vocês perderem tudo pra pagar o tratamento ou assistirem ela morrer, definhando lentamente.
A Dinamarca gasta 37,9% do seu PIB com bem-estar. Suécia 38,2%. E os EUA, maior economia do mundo, 19,4%. Porra, é a metade. Eles devem gastar o triplo em guerra.
E você mantém sua opinião?

Bom, já me desvirtuei do assunto. É que eu queria escrever e a única coisa que me motivou foi isso. Às vezes eu realmente perco a fé na humanidade. A estupidez das pessoas é assombrosa.
E quando eu falo isso, sempre surge um infeliz pra dizer que eu me acho o dono da verdade e que não aceito que discordem de mim. A verdade não tem dono. Tem os que a busquem e a vejam e os que não. E eu aceito discordância. Se você acha legal viver numa sociedade merda dessas e ganhar seu dinheirinho mensal pra desprender no vazio da sua vida errante, o problema é seu.

Uma imagem fofa agora pra tirar o ar descrente e pesado desse post:

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