domingo, 3 de janeiro de 2010

O Danúbio Azul



Como pode ser conferido neste link: http://minhacavernanoaltodamontanha.blogspot.com/2009/12/inedito-titulo-de-campeao-uruguaio.html passei por muitas dificuldades durante essa empreitada. Entretanto, o apoteótico fim estava por vir. A conquista suada do apertura mostrou que o time tem condição de lutar, como azarão, mas luta. E vou continuar a saga do ponto em que parei, as contratações de Pinto e Meléndez.
Junto com os dois chilenos viram o lateral-esquerdo colombiano Viveros (ex-cruzeiro), e os uruguaios Jorge Anchén, lateral-direito e o atacante Canobbio com seus 36 anos. É inegável que aumentou a qualidade do time, mas eu não sabia até que ponto. Durante todo o clausura eu permaneci entre os quatro primeiros, terminando em segundo bem atrás do forte e tradicional Nacional. E era este Nacional que eu iria enfrentar na final.
Final esta que não é bem uma final, o campeonato uruguaio tem uma fórmula de disputa meio insana nestes chamados "playoffs". Existem dois. Não me perguntem pra que serve o primeiro, mas existem dois playoffs.

Primeiro Playoff:

Jogo de ida
Danúbio 2 x 1 Nacional
Gols: Sebastián Pinto 5' 1-0; Rodrigo Meléndez 18' 2-0 e Nicolás Lodeiro 38' 2-1
Jardines del Hipodromo, Montevideu
Danúbio: Conde; Rodríguez, Silva, Meléndez e Viveros; Sosa, R. Rodríguez, Grossmüller e Leguizamón; Canobbio e Pinto.
Nacional: Pérez; Nuñes, Lembo, Coates e Figuelra; Ferro, Brum, Pereyra e Lodeiro; Balsas e García.

O jogo: Comecei avassalador e já construi um 2 a 0 com menos de vinte minutos. O que parecia ser fácil torno-se tenso a partir do final do primeiro tempo quando o Nacional assumiu o controle do jogo e diminuiu o placar. Após a expulsão de Sosa aos 82' o time do Nacional tentou crescer mais ainda na partida, porém três minutos depois o lateral do Nacional é expulso e tudo se equilibra de novo.

Jogo de volta
Nacional 3 x 2 Danúbio
Gols: Grossmuller 31' 0-1; Vera 37' 1-1; Nicolás Lodeiro 57' 2-1; Biscayzacú 75' 2-2 e García 90' 3-2
Danúbio: Conde; Rodríguez, Silva, Pumar e Viveros; Meléndez, R. Rodríguez, Grossmüller e Leguizamón; Canobbio (Biscayzacú) e Pinto.
Nacional: Pérez; Nuñes, Lembo, Coates e Figuelra; Ferro, Brum, Pereyra e Lodeiro; Balsas e García.

O jogo: Quando eu abri o placar fiquei felizão. Me senti invencível e pude sentir a textura inigualável do troféu em minhas mãos. Mas logo depois eu tomei uma virada e a alegria virou desespero. Mas com o empate de Biscayzacú, o uruguaio de nome estranho que eu confiei para por no intervalo, a serenidade voltou a tomar conta de mim. Praticamente não lamentei o empate aos noventa, o critério do gol fora de casa me dava a vitória.

Mas tudo isso foi vão. Eu recebi a notícia de que teria que enfrente novamente o mesmo Nacional em outro playoff com as mesmas regras. Será que eu teria a mesma sorte?

Segundo Playoff:

Jogo de ida
Danúbio 3 x 1 Nacional
Gols: Grossmuller 9' 1-0, Grossmuller 26' 2-0; García 38' 2-1 e Pinto 49' 3-1
Danúbio: Conde; Rodríguez, Silva, Pumar e Viveros; Meléndez, R. Rodríguez, Grossmüller e Viudez; Biscayzacú e Pinto.
Nacional: Pérez; Nuñes, Lembo, Coates e Figuelra; Ferro, Brum, Pereyra e Lodeiro; Balsas e García.

O jogo: Tudo soava como um grande dejà-vu. Abri o placar passando como um rolo compressor e dominando a partida. Mas eles diminuiram. Só que dessa vez, meu time fez mais um e segurou uma excelente vantagem para o jogo de volta. Destaque para a nova contratação Tabaré Viudez de vinte anos que infernizou na ponta direita e criou várias chances, substituindo a altura o craque do time Leguizamón que foi caçado em campo e ficou machucado. O primeiro passo rumo a glória foi dado.

Jogo de volta - Jogos para sempre
Nacional 3 x 2 Danúbio
Gols: Pérez contra 23' 0-1; García 35' 1-1; García 54' 2-1; Regueiro 55' 3-1 e Biscayazacú 91'' 3-2.
Danúbio: Conde; Rodríguez, Silva, Pumar e Viveros; Meléndez, R. Rodríguez, Grossmüller e Viudez; Biscayzacú e Pinto.
Nacional: Pérez; Nuñes, Lembo, Coates e Figuelra; Ferro, Brum, Pereyra e Lodeiro; Balsas e García.

O jogo: Essa foi uma final com requintes de crueldade. Nem Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, pensaria em um enredo tão angustiante. Quando abri um placar com um gol contra originado em um cruzamento do diablo Valdez, me senti no topo do mundo! Três gols de vantagem. Eu era uma crinça inocente se lambuzando em ilusões. Mal sabia eu que o pior me aguardava. Eles me dominaram por completo e fizeram 3 a 1, sendo que se fizessem 5 não seria exagero. Pra completar meu lateral-direto é expulso aos 30 do segundo tempo. Eis que surge a salvação, um penalti completamente achado sem propósito a 8 minutos do fim. Grossmuller o craque do campeonato que nunca havia perdido um penalti vai bater e.... PERDE!! Senti o título ir embora numa goleada vexaminosa e humilhante. O jogo fica morno e meu time se segura. Já estava rezando para me dar bem nos penaltis quando nos acréscimos uma bola é alçada na área e no meio de uma confusão e bate-rebate, Biscayazacú, o herói do título empurra pra dentro. Loucura geral, título garantido.
Me orgulho muito do meu time que evoluiu tremendamente durante o ano e conseguiu da maneira mais uruguaia, copera y peleadora possível conquistar o topo do futebol uruguaio.
Que venha a libertadores e a sulamericana! Y los malditos brasileños.

Os heróis:

*Rodrigo Meléndez zagueiro e volante chileno de 32 anos não esteve presente no print do título por estar machucado. Mas foi peça essencial.

Ganhei o prêmio de treinador do ano. HIHIHI. Tem que respeitá!

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