quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O despreparo



Em busca do livro mais escondido que El Dorado, entro na livraria Galileu de ipanema. Logo sou atendido por um rapaz que aparenta ter quase trinta anos. Digo que procuro pelo livro "A Náusea" de Sartre. Ele se dirige até o computador e escreve "Satre" e pergunta se está certo. Eu digo que não, o correto é Sartre, com um r antes do t. Até aí tudo bem, ninguém é obrigado a saber escrever o nome de um autor francês. A coisa fica realmente impressionante quando ele escreve "Anausia" como título do livro. Eu, já meio encabulado, digo que o A é separado, para ver assim ele percebe que se trata da palavra "náusea" e não de uma expressão criada ou um nome esquisito. Então, ele protamente "corrige" e vira "A nausia". Me senti naquele vídeo da Carla Perez em que ela fala do I de escola e E de de isqueiro.
Pois é... eu deixo os costumes orais de lado e enfatizo o E. "Se escreve nausÊa, com e." Deve ser muito ruim ser corrigido três vezes em menos de um minuto. Enfim, com o título do livro escrito da forma certa, vê-se que está em falta. Tanto trabalho à toa.
Ao menos ele disse que pode ser encomendado e chega entre quatro e seis dias. Pensarei no caso.
O que assusta é o extrememo despreparo dos atendentes de livrarias. Não estou pedindo que ele conheça autores e títulos, embora o cara atencioso do sebo perto do ifcs o faça. É só saber escrever. Esse rapaz, que chamarei de Galileuzinho, conseguiu quebrar o recorde que era da Saraiva do rio sul, aonde ninguém sabe "o que" era Aldous Huxley e escreveram "percepsão". E depois riram. Tem horas que na verdade era mais condizente com a situação cair no choro.

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