quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Especial colégio pt III

Durante essa semana completa-se o primeiro aniversário da minha graduação no ensino médio. Repensei muita coisa durante esse tempo longe do colégio, e a coisa que eu posso afimar com a mais absoluta certeza é: Não sinto saudade alguma. Não há nostalgia, boas lembranças ou melancolia nesse universo que me faça retornar àqueles dias. O balanço que eu tiro de todos os três anos no ensino médio é negativo. A conclusão é de que foi um período ruim da minha vida. Seria ingenuidade dizer que foi inútil, afinal se pode tirar lições de qualquer coisa. Eu aprendi sim, até bastante, durante o colégio. Nada a ver com fórmulas, regras ou métodos. A minha grande lição foi perceber o quão podre a sociedade é.
Vi da pior forma o quão lamentável é a vida das pessoas. Cercada de mentiras e calcando suas miseráveis vidas em lamaçais, elas seguem com seus tortos sorrisos amarelos. São incapazes de pensar, de formular algum raciocínio crítico ou cultivar valores louváveis. Humilham nas costas para abraçar na frente, acomodam-se na falta de capacidade e assim levam a vida pulando feito animais no cio. Sua alma pequena se contenta com um universo limitado, girando em volta de festinhas, status, aparência... Deprovidos da capacidade de evoluir, são ruminados por essa conjuntura degenerada que eles louvam. O que os resta é ser engulidos ou cuspidos, já que não tem vontade própria. Ocupam sua mente limitada, escura e árida com estupidez. Isso tudo me afeta, me enche de uma mistura de repugnância, tristeza, ódio e desprezo. Estar a maior parte do dia em um ambiente que fede a esse tipo de gente já é suficientemente penoso, mas a organização do colégio consegue potencializar a tortura. Um sistema que tem como objetivo puro e simples formar mão de obra qualificada, robôs capazes de passar no vestibular (objetivo no qual falharam miseravelmente). Querem quantificar conhecimento, encher você de informação inútil e vomitar valores pré-moldados. Adestram cada aluno para trabalhar quieto, aprender a acatar ordens sem questionar. Assim era formado o lugar em que eu passava a maioria dos meus dias.
Mas eu não aprendi só coisas ruins e dolorosas. O real significado de amizade e o poder que um carinho sincero tem eu também aprendi no colégio. Se existe algo que me deu forças para acreditar que valia a pena, foram meus poucos porém especiais amigos.
Agora libertado das amarras que o colégio apertava em mim, vejo que aquilo está longe de ser a melhor fase da vida. Ali você é uma ovelha no rebanho, não é dono do próprio nariz, não responde pelos seus atos, não tem força nenhuma para traçar o caminho que bem entender. Você não é alguém, é um fantoche. Um personagem ao qual cabe dançar conforme a música.
É por isso que não sinto saudade alguma de colégio. Não tenho saudades de conviver com gente que eu não gosto, de ser exposto a uma matéria que não é do meu interesse, de não ser autossuficiente. Não tenho saudades de não tomar conta da minha própria vida. O que fica de doce é lembrar do descaso, da forma desinteressada de levar as tarefas. De jogar pokemon durante as aulas, de não saber quando tem prova, de não se importar com rigorosamente nada (salvo as últimas semanas de dezembro). Essa é a parte que faz com que uma fictícia saudade tente aparecer. Apesar de todas as pedras e espinhos no caminho, no fim das contas todas essas experiências me fizeram desse jeito. Precisei das porradas pra ganhar resistência.
Só me arrependo de não ter levado tudo às últimas consequências, de abrir mão de agir às vezes.

O primeiro ano

Quase reprovação. Um ano em que eu não fiz absolutamente nada de útil. Era jogar porrolho, conversar virado de lado, tacar bolinha de papel...

O segundo ano

O mais tranquilo. Só teve o incidente isolado do blog, foi o ano em que corri menos risco de reprovação. A viagem pra Ilha grande foi bem legal (Meu Deus, eu numa ilha com aquelas pessoas!).

O terceiro ano

A piada perdeu a graça. Depressão, brigas, isolamento. Reprovação já dada como certa e irrelevante. Ironicamente e pra desgosto de muitos, o melhor desempenho nos vestibulares foi o meu. Mais um exemplo clássico de como o colégio é porco e inútil.

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