quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

- Da aversão ao carnaval ou o décimo círculo do inferno

Janeiro. Férias, calor, praia, calor, verão e calor. Esse é o rufar dos tambores do pior período do ano, aonde todos temos a confirmação empírica de que o inferno é aqui. Começam as vinhetas que não apresentam nenhuma diferença em relação as passadas. Sempre no mesmo ritmo estafante e com a mesma batida irritante enquanto mulatas seminuas rebolam epileticamente com brilhantes ordinários. Isso é o carnaval. Ou pelo menos um cartaz dele.
Se Dante Alighieri estivesse vivo para ver o que se sucede nesses momento, faria uma nova edição da Divina Comédia com o décimo círculo do inferno. O mais torturante, angustiante, sofrido, odioso, cruel, hediondo, repulsivo e fétido de todos. Um lugar aonde haveria carnaval o ano inteiro. Durante 365 dias ao ano, as ruas sinuosas e esburacadas permanecerão em um ritual carnavalesco perene. Milhares de cidadãos marcharão feito gado atrás de um gigantesco bloco dotado de uma caixa de som que urrará rimas pobres e miseráveis. Homens estarão vestidos de mulher, bebê e qualquer outra coisa grotesca e asquerosa e completamente suados e bêbados, desprovidos de qualquer decência, bradarão frases sem sentido enquanto se embriagam mais, compartilham seu suor no esfrega-esfrega característico dos hiper lotados blocos e mijam em todos os vãos. É a receita básica do carnaval: estupidez, urina, boçalidade, suor e músiquinhas enlouquecedoras.
O carnaval nada mais é do que um antro de degenerados. É a época em que as amarras sociais se afrouxam e a maioria das pessoas pode agir de acordo com o que verdadeiramente é: um bando de animais. É socialmente aceito beber até vomitar pelo meio fio, enfiar a boca em qualquer lugar sem um critério preliminar, vestir-se de maneira esdrúxula e pular no meio do asfalto como um macaco irracional. Essa comemoração demonstra entre trajes mínimos e plumas coloridas que Darwin estava parcialmente certo. Alguma parcela dos homens descende do macaco. Porém Darwin ignorou que os macacos na verdade, descendem da maioria dos homens. Afinal, eu duvido que macacos coloquem fios dentais, plumas e cantem coisas como: "Ô, ô, ô, piuí, piuí, lá vem o trem, a ferrovia é brincadeira de neném".
O carnaval é a pior maneira que a massa ignora encontrou para esquecer sua vida frustrante e se entorpecer para não sentir a medíocre existência. É a celebração da plebe ignorante que veio ao mundo a passeio.
Os filisteus do carnaval dizem: "é carnaval! alegria e pegação." e outras idiotices. E vivem a essa ilusão torpe.

O carnaval me fez perder temores. Não há inferno pior que isso, não há castigo mais doloroso que viver em meio a um circo de aberrações, um palco para a festa de animais. E ao ouvir o ruído dessa balbúrdia, me vem a certeza de que a humanidade é um câncro sob a superfície terrestre e o quanto antes se extinguir melhor para todos os envolvidos.

2 comentários:

Unknown disse...

Concordo contigo!!!O Carnaval não tem nada de cultura a oferecer aos brasileiros, mas o pior que somos quase manipulados. Onde a gente passa tem um carro gritante, imundo com um monte de bêbados e músicas que são um verdadeiro terror. Na Tv só passa carnaval, carnaval , carnaval e isso dura até o mês de fevereiro acabar. Não gosto!! Queria dormi os quatro dias seguidos. heehhehhehehehe

Unknown disse...

Carnaval é muitoo tenso!!

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